Pesquisadores de AI estão entrando no campo além dos limites, quando a situação é identificar indivíduos na vida real também. Logo menos será possível que a arquitetura de informação ajude organizações, empresas e governos a rastrearem uma pessoa à medida que ela se mova pelo mundo, e não somente com uso de câmeras.
Softwares podem decifrar o tipo de ruído que haverá em sua pisada, identificando sua identidade das maneiras mais loucas possíveis! Existem pelo menos 24 fatores que diferem o nosso tipo de andar. Um novo sistema chamado SfootBD , publicado nesta primavera na revista IEEE Transactions on Pattern Analysis e Machine Intelligence , pode rastrear todos eles, com uma taxa de erro de 0,7%, não sendo perfeito, mas fantasticamente próximo do real, identificando também pelo sinal Wi-FI.
O nosso jeito de digitar também será uma maneira de nos identificarem. Uma empresa romena chamada TypingDNA pode usar um plug-in Javascript para observar como você digita 44 caracteres no teclado e identificá-lo com uma precisão de até 99,9% com base nessa amostra. A parte boa nisso é que talvez um dia você não precise mais digitar uma senha para entrar em um site, por exemplo: o modo como digita vai identificar você como uma senha.
A forte tendência do uso da voz e aplicação de seus comandos não ficaria de fora. Plataformas como o Google Home já conseguem diferenciar o pai da mãe dentro de uma residência. Mas a pesquisa vai muito além disso. Empresas como Chase e a Wells Fargo estão usando “voiceprinting” para identificar chamadas fraudulentas que são frequentes. Um pesquisador comparou recentemente a voz a “suas impressões digitais ou DNA”. Mas, mesmo que não seja um retrato perfeito, a voz ainda pode ajudar a identificar a altura, o peso e o perfil demográfico de uma pessoa – até mesmo seu estado psicológico.
Suspirou e achou que era só isso? Não! Inclusive o seu jeito de suspirar pode te identificar.
Ao registrar a inalação e a turbulência do ar causada pela inspiração entre as palavras que falamos, os pesquisadores da Carnegie Mellon aprenderam a identificar pessoas com 91,3% de precisão! Parece loucura, coisa de filme de ficção científica, mas é real, bem próximo de ser colocado em prática. É possível perceber que a passagem oral de todos varia, como um instrumento de formato único. Naturalmente, sua respiração também pode lhe dar outras formas. Embora não dependa da IA, os cientistas podem medir a química em sua expiração – uma marca da respiração – e identificar você e a mistura única de micróbios em seu corpo.
Será que é possível ter privacidade com tantas pesquisas e tecnologias que cada vez mais nos colocam fora do anonimato? Ou nos mudamos de planeta?
É preciso estar atento sobre as regulamentações, GDPR, entre outras proteções em todo mundo, para que não pareça tão improvável termos um segundo de anonimato, um segundo fora de tudo isso.